O livro À Sangue Frio foi escrito por Truman Capote quando ele era jornalista da respeitada revista New Yorker. Considerado o primeiro romance do “novo jornalismo” ou “jornalismo literário”, um estilo que, como o próprio nome anuncia, mistura jornalismo com literatura. Ele retrata a história real de um crime ocorrido em 1959, na pequena cidade de Holcomb, no estado do Kansas, onde a família Clutter foi assassinada por dois criminosos. O cineasta Richard Brooks leu o livro de Capote quando ele foi lançado, em 1966. Ele comprou os direitos da obra, escreveu o roteiro e dirigiu o filme, que saiu já no ano seguinte. À Sangue Frio, o filme, é extremamente fiel ao conteúdo do livro. E a opção do diretor em filmar em preto e branco foi das mais acertadas. Outro ponto que gerou polêmica, assim como o livro já havia gerado, diz respeito à maneira como os criminosos são retratados. Aqui, mesmo sem querer, há momentos que nos fazem “sentir pena” daquelas duas almas que estão presas. Por mais que saibamos que Perry (Robert Blake) e Dick (Scott Wilson) mataram sem piedade e por um motivo fútil. Aí, constatamos se tratar de um grande livro e também de um grande filme.