O cineasta italiano Giuseppe Tornatore é mais conhecido por Cinema Paradiso. Mas ele é dono de uma filmografia das mais interessantes. Dentre os outros filmes que escreveu e dirigiu, A Lenda do Pianista do Mar ocupa um lugar de destaque. Trata-se de seu primeiro trabalho falado em inglês e com atores fora da Itália. Em clima de fábula, acompanhamos aqui a história de Novecento (Tim Roth), que recebeu este nome por ter nascido dentro de um navio, em alto mar, no primeiro dia do século 20. O curioso é que ele nunca pisou em terra firme. Mesmo quando fica famoso por conta de seu talento à frente do piano. Há em A Lenda do Pianista do Mar um certo “sabor” lírico e nostálgico. A bela fotografia de Lajos Koltai, aliada à envolvente trilha sonora, composta por Ennio Morricone, ajudam bastante. A narrativa de Tornatore se favorece muito disso. O diretor já havia tirado proveito destes elementos em sua obra mais popular. No final, este filme nos permite uma série de leituras e nos deixa uma grande pergunta: Por que Novecento nunca sai do navio? Existem muitas respostas. Todas corretas, dependendo da “bagagem” do espectador. E é justamente aí que reside o fascínio que este filme desperta nas pessoas.

A LENDA DO PIANISTA DO MAR (La Leggenda del Pianista sull’Oceano – Itália 1998). Direção: Giuseppe Tornatore. Elenco: Tim Roth, Bill Nunn, Melanie Thierry, Pruitt Taylor Vince, Peter Vaughan, Alberto Vazquez e Clarence Williams III. Duração: 170 minutos. Distribuição: Versátil.