O cineasta americano Blake Edwards, apesar de ter chamado a atenção com o drama Vício Maldito, de 1962, conquistou a fama com as comédias A Pantera Cor-de-Rosa e Um Tiro no Escuro, ambas estreladas por Peter Sellers e lançadas, respectivamente, em 1963 e 1964. Como projeto seguinte, Edwards anunciou que faria a maior comédia pastelão de todos os tempos e cumpriu a promessa em 1965 com A Corrida do Século. O roteiro, escrito por Arthur A. Ross a partir de um argumento dele e do próprio diretor, conta a história que se passa no ano de 1908 e gira em torno do desafio feito pelo Professor Fate (Jack Lemmon) ao Grande Leslie (Tony Curtis). O desafio em questão é uma corrida de carros de Nova York a Paris. Você, acredito eu, deve ter estranhado o fato de uma disputa automobilística entre as cidades mencionadas. Afinal, existe um oceano entre elas. Mas, não é por acaso que esta comédia se tornou a inspiração do desenho animado A Corrida Maluca, de Hanna-Barbera. Não espere coerência. Como eu já disse no início, Edwards cumpriu sua promessa e A Corrida do Século é simplesmente hilário, já a partir dos créditos iniciais. O elenco, bastante à vontade em cena, é outro ponto alto, assim como os efeitos sonoros, premiados com o Oscar de melhor mixagem de som.

A CORRIDA DO SÉCULO (The Great Race – EUA 1965). Direção: Blake Edwards. Elenco: Tony Curtis, Jack Lemmon, Natalie Wood, Peter Falk, Keenan Wynn, Arthur O’Connell, Vivian Vance e Marvin Kaplan. Duração: 160 minutos. Distribuição: Warner.