O Brasil é mundialmente conhecido como “o país do futebol”. Por conta dessa fama, era de se esperar que houvesse no país uma sólida produção de filmes e documentários sobre o esporte. Curiosamente, um dos melhores filmes já feitos sobre futebol foi realizado no Butão, um pequeno e fechado reino nos Himalaias, localizado entre a China (a norte e oeste) e a Índia (a leste e sul). A Copa, escrito e dirigido por Khyentse Norbu foi o primeiro longa-metragem butanês, e, até onde eu sei, o único até o momento. Conta a história de Orgyen (Jamyang Lodro), um jovem monge apaixonado por futebol. Durante a Copa do Mundo de 1998, ele faz de tudo para conseguir assistir aos principais jogos. Junto com seu amigo Lodo (Neten Chokling), ele tenta driblar a severa vigilância do mestre Geko (Orgyen Tobygal). Com muito humor e sensibilidade, Norbu mistura duas “religiões” que, à primeira vista, parecem ser completamente antagônicas: o budismo e o futebol. O próprio cartaz brasileiro do filme já fazia a pergunta: Como um monge pode manter a mente nos estudos enquanto Ronaldinho joga pelo Brasil? A Copa, além de todas as suas qualidades, nos apresenta um país e uma cultura que pouco conhecemos. Só isso já seria suficiente para assistirmos ao filme.