William Wyler estava em um dos melhores momentos de sua carreira quando dirigiu A Carta, em 1940. Ele vinha de dois grandes sucessos de público e crítica: Jezebel e O Morro dos Ventos Uivantes. Wyler sempre foi aquele tipo de diretor-artesão. “Mandava bem” em qualquer gênero e, apesar de não ter uma “assinatura”, sua filmografia demonstra um apurado senso narrativo. O filme se baseia no romance de mesmo nome escrito por W. Somerset Maugham. O roteiro foi adaptado por Howard Koch e conta uma história melodramática misturada com elementos de um bom policial noir. A atriz Bette Davis interpreta Leslie, que é casada com Robert Crosbie (Herbert Marshall), um comerciante. Ela mata um homem e diz ter sido em legítima defesa, porém, na verdade, eles eram amantes. Tudo muda quando a viúva do falecido aparece com uma carta encontrada nos pertences de seu marido. Em seu segundo trabalho sob a direção de Wyler, o primeiro havia sido Jezebel, Bette Davis está bem à vontade no papel de Leslie. E este filme deve muito de sua força à sua interpretação. Diz a lenda que Wyler e Davis viveram um apaixonado romance durante as filmagens. Ironicamente, a atriz não abriu uma carta escrita pelo diretor onde ele a pedia em casamento. Por conta disso, Wyler se casou com outra e Davis se arrependeu pelo resto da vida por não tê-la aberto a tempo.
A CARTA (The Letter – EUA 1940). Direção: William Wyler. Elenco: Bette Davis, Herbert Marshall, James Stephenson, Frieda Inescort, Gale Sondergaard, Bruce Lester e Elizabeth Inglis. Duração: 95 minutos. Distribuição: Classicline.
Uma resposta
Que bacana, um melodrama que envolve uma carta dentro do filme e em seus bastidores.