O cineasta dinamarquês Thomas Vinterberg, junto com seu conterrâneo Lars von Trier, foi o responsável pelo movimento cinematográfico batizado com o nome de Dogma 95. Os dois defendiam um cinema mais puro, menos artificial, distante do padrão hollywoodiano e mais próximo de suas raízes. Alguns filmes foram feitos seguindo as regras do documento que eles redigiram, mas, pouco tempo depois, nem eles próprios as seguiam mais. Vinterberg se formou em Cinema e seu primeiro longa foi justamente seu trabalho de conclusão do curso. Profissionalmente, ele começou dirigindo vídeos musicais e comerciais de TV. A partir de 1998, quando ele realizou Festa de Família, é que seu nome tornou-se conhecido. A Caça, que ele escreveu, junto com Tobias Lindholm, e dirigiu em 2012, é seu trabalho mais premiado. O filme começa com uma cena em que um grupo de amigos está caçando. Um deles, Lucas (Mads Mikkelsen) é professor em uma creche. Querido por todos na comunidade, ele tenta reconstruir a vida e o convívio com o filho, após um tumultuado divórcio. Tudo muda quando Klara (Annika Wedderkopp), uma menina de cinco anos, comenta com a diretora da creche que Lucas mostrou a ela suas partes íntimas. A acusação o transforma na “caça” que dá titulo ao filme. Vinterberg deixa claro desde o início a inocência de Lucas. E isso só aumenta em nós, espectadores, a angustia por tudo que acontece em sua vida. A Caça ganhou três prêmios no Festival de Cannes, incluindo o de melhor ator para Mads Mikkelsen, além de diversos outros prêmios pela Europa.