Se existe um tema caro à filmografia do cineasta americano John Huston, esse tema é a ambição. Ela aparece já em seu primeiro longa, Relíquia Macabra, de 1941, e também em outra de suas obras-primas, O Tesouro de Sierra Madre, de 1948. A ambição se faz presente em O Homem Que Queria Ser Rei. Baseado no livro de Rudyard Kipling, adaptado pelo próprio Huston, junto com Gladys Hill, somos guiados por uma aparente história de aventura. Danny Dravot (Sean Connery) e Peachy Carnehan (Michael Caine) são dois oficiais que desertaram do Exército Britânico. A ação acontece na Índia, nos anos 1880. Os dois vivem do contrabando de armas e outras atividades pouco ortodoxas. Eles querem se tornar reis e fazer fortuna no lendário Kafiristão. Apesar da perigosa viagem que empreendem pelo Himalaia, a sorte os favorece e Danny é aclamado rei. E é a partir daí que a vida de ambos toma um rumo surpreendente. Huston planejava filmar essa história desde os anos 1940, com Humphrey Bogart no papel principal. O projeto levou cerca de trinta anos para virar realidade. O filme é um longo flashback, narrado por Peachy ao jornalista Rudyard Kipling (Christopher Plummer) e o diretor tira enorme proveito do talento e da química perfeita entre Connery e Caine. Pode um homem ser a síntese de uma cultura? O Homem Que Queria Ser Rei prova que sim. A ambição que Huston nos mostra pode até parecer infantil e sem maiores compromissos ou consequências, mas, como toda ambição, quando desmedida e sem limites, pode ser extremamente perigosa.
O HOMEM QUE QUERIA SER REI (The Man Who Would Be King – EUA/Inglaterra 1975). Direção: John Huston. Elenco: Sean Connery, Michael Caine, Christopher Plummer, Saeed Jaffrey, Doghmi Larbi, Jack May, Albert Moses e Shakira Caine. Duração: 129 minutos. Distribuição: New Line.
Respostas de 3
Não sei quem se importaria com este comentário mas, vai mesmo assim: é um dos meus filmes absolutamente favoritos! Filme de cabeceira, para ver e rever até o fim dos meus dias. Danny (Sean Connery) e Peachy (Michael Caine) formam a dupla mais incrível do cinema. E a mão do Mestre Houston dita todo o restante. Sim, o elenco inteiro é extraordinário!
É O MÁXIMMMMOOOOOO!!!! Filmão!!!!
Kurti bastante, vi quando era adolescente e fiquei impressionado… assisti muitos anos depois e não perdeu o efeito, pelo contrário… foi até MELHOR! SIPZ, agora compreendo melhor sua proposta por aki kamarada Marden, de fato existem filmes para os quais é preciso amadurecer para desfrutar melhor…
JOPZ