O diretor e cenógrafo Paul Leni foi um dos nomes mais influentes da escola expressionista alemã. Quando migrou para os Estados Unidos em meados dos anos 1920, conseguiu misturar seu estilo gótico e sombrio com a fluidez da narrativa hollywoodiana. O filme mudo O Homem Que Ri, dirigido em 1928, é seu trabalho mais destacado. O roteiro, escrito por J. Grubb Alexander, a partir de uma obra do francês Victor Hugo, conta a trágica história de Gwynplaine (Conrad Veidt), herdeiro de uma família nobre que, quando criança, teve seu rosto desfigurado por ordem do rei, que acusou seu pai de traição. O garoto “ganha” um sorriso macabro permanente e se torna a principal atração de um circo. Convém destacar que esta personagem inspirou o autor de histórias-em-quadrinhos Bob Kane a criar o Coringa, arqui-inimigo do Batman. Apesar da aparência assustadora, Gwynplaine é um ser humano da melhor espécie e seu amor por Dea (Mary Philbin) é comovente. O Homem Que Ri é, antes de tudo, um filme que consegue trafegar no limite de duas escolas cinematográficas bem distintas na época, a alemã e a americana, criando a partir daí algo bastante original. Os cenários concebidos por Leni e sua condução da trama funcionam organicamente e nos brinda com uma obra única e marcante.
O HOMEM QUE RI (The Man Who Laughs – EUA 1928). Direção: Paul Leni. Elenco: Conrad Veidt, Mary Philbin, Josephine Crowell, George Siegmann, Olga Baclanova e Brandon Hurst. Duração: 110 minutos. Distribuição: Magnus Opus.
Respostas de 2
O filme surpreende quando vemos – através da sensibilidade do texto e direção – um homem, antes de um sorriso desfigurado e trágico. Para ver e rever!
faz tempo que quero assistir a este filme, mas sempre acabo deixando para depois…
e de fato, não é de se admirar que esse personagem inspirou o coringa!!
belo texto!