Doris Dörrie é um dos nomes mais importantes dentre os cineastas alemães contemporâneos. Ela estudou Cinema em Nova York e em Munique e começou a carreira nos anos 1970 dirigindo documentários. Nesse período também atuou como crítica de cinema de um grande jornal da Alemanha. A estreia em longas de ficção aconteceu em 1983 e desde então, ela mantém uma sólida carreira recheada de prêmios em festivais e sucessos de público e crítica. Hanami: Cerejeiras em Flor, que ela escreveu e dirigiu em 2008, conta a história de Rudi (Elmar Wepper), um homem que decide, após uma tragédia pessoal, realizar um dos maiores desejos de sua esposa, Trudi (Hannelore Elsner): ir ao Japão na época do festival das cerejeiras. Dörrie trabalha aqui com alguns simbolismos e fala também da brevidade e da fragilidade da vida. Sem cair nos clichês que costumam ser comuns em filmes que tratam da proximidade da morte, Hanami trata o tema de maneira sutil e poética. A diretora extrai beleza da finitude e utiliza as cerejeiras do título como uma metáfora de renovação da natureza de nossa existência como seres humanos que amam, sonham e têm esperança. Um filme que convida à reflexão e o melhor, sem “forçar a barra”.
HANAMI: CEREJEIRAS EM FLOR (Kirschblüten Hanami – Alemanha/França 2008). Direção: Doris Dörrie. Elenco: Nadja Uhl, Maximilian Brückner, Aya Irizuki, Hannelore Elsner, Elmar Wepper, Birgit Minichmayr e Felix Eitner. Duração: 127 minutos. Distribuição: Mostra/Cultura.