Pense um filme sul-coreano, refilmado nos Estados Unidos e com um diretor argentino. Essa mistura improvável, e até suspeita, resultou em uma bela e sensível história romântica. Estamos falando de A Casa do Lago, versão americana de Siworae (Il Mare). O diretor Alejandro Agresti chamou a atenção de Hollywood depois do sucesso internacional de Valentin, seu filme anterior. Aqui, a partir do roteiro adaptado por David Auburn, ele conta o drama vivido por Kate Forster (Sandra Bullock), uma médica que morava sozinha em uma casa à beira de um lago. Ela começa a trocar cartas de amor com o arquiteto Alex Wyler (Keanu Reeves), que passa a morar no local. Até aí, nada de incomum. O curioso é quando eles percebem que, misteriosamente, existe uma diferença temporal entre os dois. Agresti conduz sua trama de maneira delicada e envolvente. Apesar da situação improvável que se estabelece entre Kate e Alex, não nos afastamos do que acontece em cena e compramos a premissa sem problema algum. A grande metáfora que fica é a de há um tempo certo para tudo. Basta termos paciência e sensibilidade para reconhecer essa hora quando ela chegar. A Casa do Lago consegue fugir dos clichês e se revela doce sem ser açucarado.
A CASA DO LAGO (The Lake House – EUA 2006). Direção: Alejandro Agresti. Elenco: Keanu Reeves, Sandra Bullock, Shohreh Aghdashloo, Christopher Plummer, Ebon Moss-Bachrach, Dylan Walsh, Lynn Collins e Kevin M. Brennan. Duração: 99 minutos. Distribuição: Warner.
Uma resposta
Agresti tem mesmo uma mão sensível ao conduzir este romance. Só um coração de pedra não se emocionaria. Ademais, que bela química entre Reeves e Bullock.