Sem querer fazer trocadilho ou me apropriar do título do filme, a carreira e o estilo do roteirista e diretor americano Gus Van Sant poderiam ser resumidas em uma palavra: inquietude. Formado em Desenho, Van Sant se aproximou da pintura e do cinema para expandir sua arte. Em 1981 ele dirigiu um filme de baixo orçamento que ninguém viu, Alice in Hollywood. Depois, passou quatro anos trabalhando com publicidade e bancou seu projeto seguinte, o independente Mala Noche. Premiado pela crítica de Los Angeles, o filme abriu as portas para o diretor que, desde então, não parou mais. Alguns temas são recorrentes em suas obras, a morte, por exemplo, é um deles. Em Inquietos, somos apresentados a Annabel Cotton (Mia Wasikowska) e Enoch Brae (Henry Hooper, filho do ator/diretor Dennis Hooper). Ela tem um câncer em estágio terminal. Ele perdeu a fé após uma tragédia na família. Os dois se conhecem em um funeral e descobrem que possuem muito em comum. Inquietos, cujo roteiro foi escrito por Jason Lew, nos conta o drama desses jovens que, aparentemente, parecem deslocados de seu tempo, basta ver o tipo de roupa que eles vestem. Mas isso é apenas um detalhe diante da maneira delicada com que Van Sant narra essa história de amor. Apesar da condição de ambos, o filme tem uma leveza e um humor desafiadores.
INQUIETOS (Restless – EUA 2011). Direção: Gus Van Sant. Elenco: Henry Hopper, Mia Wasikowska, Jane Adams, Schuyler Fisk, Lusia Strus, Ryo Kase, Paul Parson, Thomas Lauderdale e Morgan Lee. Duração: 91 minutos. Distribuição: Sony.
Respostas de 2
Gus Van Sant é como um bom vinho. Fica melhor com o tempo. A cada novo filme, me surpreendo com sua capacidade criativa e sensibilidade. Inquietos é genial!
Anotado, Marden. Quero bem depressa o dvd de “Inquietos” na minha telinha doméstica.
Abraço.