O compositor, roteirista e diretor paulista Marco Dutra se formou em Cinema pela Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo. Lá ele conheceu a cineasta Juliana Rojas, com quem escreveu e dirigiu dois curtas e dois longas. Enterre Seus Mortos, de 2024, é seu segundo longa solo. O roteiro, do próprio Dutra, é uma adaptação do romance homônimo de Ana Paula Maia. Temos aqui, como aparece na abertura do filme, uma “fábula do apocalipse em sete capítulos”. Nesta distopia somos apresentados a Edgar Wilson (Selton Mello), que trabalha para a ORAM (Órgão de Recolhimento de Animais Mortos). Ele vive na cidade de Abalurdes e encara ao lado do colega Tomás (Danilo Grangheia) uma rotina de morte. Sua chefe e namorada, Nete (Marjorie Estiano), lhe informa das ocorrências. Tudo parece seguir um curso normal até que a violação de uma das regras do trabalho faz com que as coisas tomem um rumo inesperado. Enterre Seus Mortos é um filme estranho. E isso não é demérito algum. Pelo contrário. Ele incomoda pela abordagem que faz. Os problemas aparecem justamente pelo excesso de boas ideias que, infelizmente, acabam por não se sustentarem. Apesar do ótimo elenco e do incontestável valor de produção, a obra carece, infelizmente, de coesão e organicidade.
ENTERRE SEUS MORTOS (Brasil 2024). Direção: Marco Dutra. Elenco: Selton Mello, Marjorie Estiano, Danilo Grangheia, Betty Faria, Carlos Francisco, Maria Manoella, Gilda Nomacce, Letícia Rodrigues, Oberdan Júnior e Chao Chen. Duração: 128 minutos. Distribuição: O2 Play.
 
								 
															 
															 
															 
								






