Longa de estreia do roteirista e diretor chileno Felipe Carmona Urrutia, Prisão nos Andes tem por base uma história real que chocou o Chile. Acompanhamos aqui a rotina de cinco dos mais cruéis torturadores da ditadura de Pinochet. Eles cumprem uma pena que soma séculos, no entanto, estão instalados numa casa luxuosa, aos pés da Cordilheira dos Andes, com piscina e jardins nos arredores. Os guardas responsáveis pelo local parecem mais seus empregados, uma vez que o quinteto desfruta de atenções e cuidados contínuos. Tudo muda após uma entrevista que um dos detentos concede a uma emissora de televisão. A opinião pública se revolta com aquela insólita situação e o cineasta escancara muito bem os privilégios e os resquícios de poder exercido por esses homens. E questiona a impunidade e a falta de justiça para com eles por conta dos crimes cometidos. Urrutia é preciso ao abrir essas feridas relativamente recentes. A ação se passa em 2013, 40 anos após o golpe de Pinochet que mergulhou o Chile em uma cruel ditadura que durou 15 anos. Temos aqui, portanto, um alerta para que situações semelhantes não se repitam.
PRISÃO NOS ANDES (Penal Cordillera – Chile/Brasil 2023). Direção: Felipe Carmona Urrutia. Elenco: Andrew Bargsted, Hugo Medina, Mauricio Pesutic, Bastián Bodenhofer, Alejandro Trejo e Óscar Hernández. Duração: 104 minutos. Distribuição: Retrato Filmes.
