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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

TERRA BRUTA

John Ford costumava se apresentar dizendo “meu nome é John Ford e eu faço westerns”. Realmente, não existe apresentação mais direta e correta do ofício desse mestre do cinema. Neste Terra Bruta, de 1961, ele retoma uma premissa que pode até lembrar um pouco a de Rastros de Ódio, feito cinco anos antes e considerado uma de suas maiores obras-primas. Mas o roteiro escrito por Frank S. Nugent, a partir do romance Comanche Captives, de Will Cook, segue outro caminho. O ponto de partida é a captura de um grupo de colonos brancos por uma tribo no território dos Comanches. Por conta disso, o xerife Guthrie McCabe (James Stewart) e o oficial do exército Jim Gary (Richard Widmark) recebem a missão de negociar com os indígenas a liberação dos prisioneiros. Ford disse repetidas vezes que esse era o pior filme que havia dirigido em 20 anos. Cá entre nós, trata-se de uma afirmação exagerada. Terra Bruta não é um grande Ford, afinal, ele só aceitou dirigi-lo por causa de um favor que devia à Columbia. No entanto, tem momentos antológicos como por exemplo a conversa dentre o xerife e o oficial à beira do rio, fruto de uma feliz improvisação entre Stewart e Widmark. No mais, trata-se da primeira vez que James Stewart foi dirigido por John Ford. Os dois voltariam a trabalhar novamente no ano seguinte, no clássico O Homem Que Matou o Facínora.

TERRA BRUTA (Two Rode Together – EUA 1961). Direção: John Ford. Elenco: James Stewart, Richard Widmark, Shirley Jones, Linda Cristal, Andy Devine, John McIntire, Paul Birch, Willis Bouchey e Henry Brandon. Duração: 109 minutos. Distribuição: Versátil.

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