O roteirista, produtor e diretor Guy Ritchie já foi chamado de “Quentin Tarantino britânico”. Em quase três décadas de carreira vem mantendo uma produção que alterna entre o genial e criativo e o genérico e rasteiro. O Pacto, de 2023, parece se encaixar no segundo grupo, no entanto, reúne muitos elementos do primeiro. O roteiro, do próprio Ritchie escrito junto com Ivan Atkinson e Marn Davies, parte de um contexto real para criar uma história ficcional. Sabe-se que ao longo dos 20 anos de presença norte-americana no Afeganistão, muitos intérpretes locais foram contratados para auxiliar os soldados. Para o Talibã esses homens eram tratados como traidores da pátria e, por conta disso, mereciam ser punidos com a morte. O governo dos Estados Unidos prometia vistos de residência justamente para atrair esses intérpretes, já que se tratava de um trabalho de altíssimo risco. Em O Pacto acompanhamos o sargento John Kinley (Jake Gylenhaal), que tem Admed (Dar Salim) como tradutor. Em uma missão de rotina Kinley é gravemente ferido e Admed salva sua vida. Cabe agora ao sargento salvar seu intérprete da vingança do Talibã. Quem acompanha a filmografia de Guy Ritchie sabe que ele dirige cenas de ação com fluidez e criatividade. Não é diferente aqui. Além disso, a química entre Gylenhaal e Salim completa o serviço e fazem de O Pacto uma obra acima da média. E isso não é pouco.
O PACTO (The Covenant – Inglaterra/Espanha/EUA 2023). Direção: Guy Ritchie. Elenco: Jake Gylenhaal, Dar Salim, Emily Beecham, Jonny Lee Miller, Alexander Ludwig, Reza Diako, Abbas Fasaei e Antony Starr. Duração: 123 minutos. Distribuição: Amazon Prime Video.
