Nos primeiros dez anos de carreira como diretor de cinema, o inglês Ridley Scott já tinha “visitado” o período napoleônico em Os Duelistas, ido ao futuro em Alien e Blade Runner, e passeado por um reino mágico em A Lenda. A produção de Perigo na Noite, de 1987, o trouxe a um grande centro urbano no nosso presente. O roteiro de Howard Franklin conta a história do detetive Mike Keegan, vivido por Tom Berenger, que é designado para proteger a socialite Claire Gregory (Mimi Rogers), ameaçada de morte por ter presenciado um assassinato. Os problemas surgem quando o inesperado acontece durante as muitas noites de vigília. Scott inicia esse thriller policial ao som da bela canção Someone to Watch Over Me, título original do filme, composta em 1926 por George Gershwin e cantada aqui por Sting. Quem acompanha os trabalhos do cineastas sabe do apuro estético e visual recorrente em suas obras. Não é diferente em Perigo na Noite. Berenger vinha do sucesso de Platoon, dirigido por Oliver Stone no ano anterior. O ator tem o que chamamos de physique du rôle, ou seja, é perfeito para o papel que interpreta. Com bom ritmo e viradas interessantes, Scott provou definitivamente que não importa a época ou lugar em que suas histórias aconteçam. Ele sempre se valerá de seu grande talento para contá-las com agilidade e elegância.
PERIGO NA NOITE (Someone to Watch Over Me – EUA 1987). Direção: Ridley Scott. Elenco: Tom Berenger, Mimi Rogers, Lorraine Bracco, Jerry Orbach, John Rubinstein, Andreas Katsulas, Tony DiBenedetto, James E. Moriarty e Mark Moses. Duração: 106 minutos. Distribuição: Columbia.
