Na maioria das vezes quando um ator faz um filme de muito sucesso, logo em seguida ele termina participando de filmes semelhantes para aproveitar a “boa fase”. Em 1995, Keanu Reeves vinha da excepcional receptividade de público e crítica de Velocidade Máxima, dirigido no ano anterior por Jan de Bont. Porém, ao contrário do que se esperava, ele optou por um drama romântico. O filme em questão, Caminhando nas Nuvens. A direção foi dada ao mexicano Alfonso Arau, responsável três anos antes por Como Água Para Chocolate, que encantou meio mundo e abriu as portas de Hollywood para o cineasta. A história, escrita por Robert Mark Kamen, Mark Miller e Harvey Weitzman, é uma adaptação do roteiro de Piero Tellini, Cesare Zavattini e Vittorio de Benedetti utilizado no filme italiano O Coração Manda, feito em 1942, por Alessandro Blasetti. Tudo começa quando Paul Sutton (Reeves) retorna para casa após lutar por quatro anos na Segunda Guerra Mundial. Em uma viagem de trem ele conhece Victoria Aragón (Aitana Sánchez-Gijón), que está grávida e a caminho do vinhedo da família. Ela teme a reação de seu pai (Giancarlo Giannini), já que é mãe solteira. Paul sugere a ideia de se passar por seu marido. Preciso dizer o que acontece depois? Acredito que não. Caminhando nas Nuvens se favoreceu de um excepcional boca-a-boca e teve um ótimo desempenho nas bilheterias. Arau conduz sua narrativa como se fosse um conto de fadas e acerta o tom do início ao fim. A química entre Reeves e Sánchez-Gijón é convincente e o elenco de apoio, tendo à frente Anthony Quinn, não poderia ser melhor. Assim como diz Paul que Victoria é uma pessoa fácil de amar, o mesmo pode ser dito em relação a esse filme.
CAMINHANDO NAS NUVENS (A Walk in the Clouds – EUA 1995). Direção: Alfonso Arau. Elenco: Keanu Reeves, Aitana Sánchez-Gijón, Anthony Quinn, Giancarlo Giannini, Angélica Aragón, Evangelina Elizondo, Freddy Rodriguez e Debra Messing. Duração: 102 minutos. Distribuição: Star Plus.
