FILME DO DIA

E-BOOK

CINEMARDEN VAI AO OSCAR

O DESERTO VERMELHO

Em 1964, com quase 20 anos de carreira, o italiano Michelangelo Antonioni já tinha um nome e uma marca estabelecidos no mundo do cinema. Especialmente após o sucesso de sua conhecida Trilogia da Incomunicabilidade, composta por A Aventura, de 1960; A Noite, de 1961; e O Eclipse, de 1962. Nesse contexto é lançado O Deserto Vermelho, com roteiro dele próprio, junto com Tonino Guerra. Primeiro filme colorido de Antonioni e o quarto dele com a atriz Monica Vitti, que havia estrelado sua já citada trilogia, acompanhamos aqui Giuliana, uma dona de casa atormentada. Ela é casada com Ugo (Carlo Chionetti) e vive com o filho e o marido na zona industrial de Ravenna, na Itália, onde ele trabalha. Giuliana saiu há pouco tempo de uma clínica, onde se tratou de um acidente de carro que deixou forte marcas psicológicas. Em especial, uma forte sensação de mal-estar e agonia que nem ela sabe direito a razão. Nesse contexto, surge em sua vida o britânico Corrado (Richard Harris), com quem ela termina por se envolver. Temos em O Deserto Vermelho uma contundente crítica de Antonioni à industrialização. Não por acaso, o ambiente ao redor de Giuliana é carregado de poluição e ela se sente levando uma vida cada vez mais mecânica. Belissimamente fotografado por Carlo Di Palma, que reforça o uso de algumas cores, com destaque para o verde e o amarelo em contraste com o cinza. Por final, o diretor não nos oferece respostas fáceis para os dilemas vividos por Giuliana. E nem precisa. É daí que vem sua força atemporal.

O DESERTO VERMELHO (Il Deserto Rosso – Itália 1964). Direção: Michelangelo Antonioni. Elenco: Monica Vitti, Richard Harris, Carlo Chionetti, Xenia Valderi, Rita Renoir, Lili Rheims e Aldo Grotti. Duração: 117 minutos. Distribuição: Versátil.

COMPARTILHE ESSA POSTAGEM

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

MAIS POSTAGENS

ASSINE E RECEBA NOSSAS ATUALIZAÇÕES