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FATALIDADE

George Cukor era muito associado ao excelente desempenho que conseguia extrair de atrizes. Porém, ele era muito bom também no trabalho com atores e um bom exemplo dessa habilidade está presente em Fatalidade, de 1947, que deu o Oscar de melhor ator a Ronald Colman. Com roteiro original escrito pelo casal Ruth Gordon e Garson Kanin, o filme nos apresenta Anthony John (Colman), aquele tipo de ator que, literalmente, mergulha na mente das personagens que interpreta. Se faz uma comédia, ele fica leve e engraçado. Se for um drama, aí se torna alguém pesado e intenso. O problema surge quando ele aceita o papel de Otelo, de Shakespeare. O ciúme doentio do mouro de Veneza é transferido para Brita (Signe Hasso), ex-mulher dele. O título original, A Double Life, algo como “uma vida dupla”, é bem mais feliz que Fatalidade. O estilo sofisticado de Cukor se enquadra muito bem aqui. Mas, ele acrescenta algumas nuances que não costumavam fazer parte de suas narrativas. Isso só reforça a versatilidade desse diretor que realizou 64 filmes em 50 anos de uma sólida carreira. Além do Oscar de ator, Fatalidade ganhou a estatueta de trilha sonora, composta por Miklós Rózsa. Uma curiosidade: a roteirista Ruth Gordon também era atriz e é mais conhecida por suas atuações em O Bebê de Rosemary (a vizinha) e em Ensina-me a Viver (a Maude).

FATALIDADE (A Double Life – EUA 1947). Direção: George Cukor. Elenco: Ronald Colman, Signe Hasso, Edmond O’Brien, Shelley Winters, Ray Collins, Millard Mitchell e Joe Sawyer. Duração: 104 minutos. Distribuição: Universal.

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