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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

OS INTOCÁVEIS

Séries de televisão nem sempre se transformam em bons filmes quando adaptados para o cinema. Existem exceções, claro, e Os Intocáveis, dirigido por Brian De Palma em 1987, é uma delas. Inspirada no seriado de mesmo nome, grande sucesso da TV entre os anos de 1959 e 1963, a luta do agente federal Eliot Ness contra Al Capone tem neste filme seu expoente máximo. A conjunção de fatores favoráveis em torno do projeto já anunciava seu potencial de se tornar uma obra-prima. É preciso deixar bem claro aqui que estamos falando de um filme “encomendado”. Porém, Hollywood está cheia de obras-primas encomendadas. E neste caso, em particular, a Paramount soube combinar bem todos os elementos necessários: um diretor criativo e no auge da forma (Brian De Palma), um astro em ascensão (Kevin Costner), um elenco de apoio impecável (vou citar só dois nomes: Robert De Niro e Sean Connery, que ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante), um excelente roteirista (David Mamet), um dos melhores compositores do mundo (Ennio Morricone) e para completar a equipe, um famoso e talentoso estilista (Giorgio Armani), cuidou dos figurinos. Os Intocáveis é um filme tão destinado à perfeição que até uma seqüência improvisada ficou melhor que o previsto. Uma das últimas cenas do filme, aquela em que Eliot Ness se dirige à estação de trem para capturar o contador de Capone. Segundo o roteiro original deveria acontecer um grande confronto entre Ness e os capangas de Capone dentro do vagão de trem. A Paramount vetou a cena por conta do alto custo. De Palma improvisou transferindo a ação para a escadaria da estação de trem de Chicago, e de quebra, fez uma belíssima homenagem/citação ao clássico filme russo O Encouraçado Potemkin e sua famosa seqüência da escadaria de Odessa.
OS INTOCÁVEIS (The Untouchables – EUA 1987). Direção: Brian De Palma. Elenco: Kevin Costner, Sean Connery, Andy Garcia, Charles Martin Smith, Patricia Clarkson, Richard Bradford, Billy Drago e Robert De Niro. Duração: 119 minutos. Distribuição: Paramount.

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Respostas de 4

  1. Parabéns Marden pela iniciativa! Comecei acompanhar seu trabalho no programa 91 minutos da Radio Rock e desde então sou um espectador assíduo do programa e agora do seu blog. Admiro muito seu trabalho e a forma simples, natural e divertida que aborda o cinema. Sou engenheiro e “workaholic” os filmes indicados tem me dado oportunidade de relaxar e apreciar a 7a. arte em sua forma mais simplista: o entretenimento! Grande Abraço!

  2. “Improviso” é um termo um tanto quanto desonesto, já que está se falando do estudioso De Palma, mas a seqüência ter sido “transferida” e “adaptada” considero com sendo de termos mais corretos. Claro que no mundo do “e se” não vivemos, mas se improvisada saiu essa cena, imagine como seria se fosse a originalmente planejada, dentro do trem. Eu já tentei fazer esse exercício de imaginação, mas toda vez que assisto essa seqüência – a mais vista por mim em minha vida fílmica – tudo se esvai no primeiro tiro de escopeta. Até Morricone se cala nessa hora e deixa a imagem/montagem falar. Uau! o/

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