O conde Drácula, criado em 1897 pelo britânico Bram Stoker, nunca havia sido adaptado pelo cinema com tanta fidelidade. Dirigido por Francis Ford Coppola, Drácula de Bram Stoker não pode ser simplesmente classificado como um filme de terror, apesar da tradição que envolve a personagem. O Drácula de Coppola não assusta, seduz. É, antes de tudo, uma história de amor. Foi esse aspecto que impressionou a atriz Winona Ryder, a ponto de fazer com que ela, uma pessoa não muito interessada em histórias de vampiros, levasse o roteiro até Coppola. O diretor optou por rodar inteiramente em estúdio e utilizar técnicas antigas de efeitos especiais, que foram feitos por seu filho, Roman. O filme é um grande painel de telas de pintura. Coppola passeia, sem pudor algum, por diferentes estilos: simbolista, impressionista, expressionista, romântico, gótico, sacro, profano e erótico. O roteiro é bastante fiel ao material original. A única liberdade tomada em nada prejudica sua fonte. Pelo contrário, a enriquece. Diz respeito ao passado de Drácula, na Transilvânia do Século XV. Estes primeiros minutos do filme, nitidamente inspirados pela obra do japonês Akira Kurosawa, é uma pérola de concisão cinematográfica. Coppola aproveita também para, em certa altura, homenagear o próprio cinema, que surgiu no mesmo período em que o livro de Bram Stoker foi publicado.
DRÁCULA DE BRAM STOKER (Bram Stoker’s Dracula – EUA 1992). Direção: Francis Ford Coppola. Elenco: Gary Oldman, Winona Ryder, Anthony Hopkins, Keanu Reeves, Richard E. Grant, Cary Elwes, Bill Campbell, Sadie Frost, Tom Waits e Monica Bellucci. Duração: 127 minutos. Distribuição: Sony.
Uma resposta
Foi com este filme que vi a real história de amor que existe por trás de tudo. Não vou mentir que algumas cenas me deram medo. Mas, tudo por amor, muita paixão.