Inspirado pelo Neorrealismo italiano e pela Nouvelle Vague francesa, o movimento do Cinema Novo ganhou um impulso espetacular com o lançamento, em 1964, de Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha. Foi com esse filme que o diretor brasileiro mais influente de todos os tempos cunhou a frase “uma ideia na cabeça e uma câmara na mão”. Na trama acompanhamos o vaqueiro Manuel (Geraldo Del Rey), que após matar o patrão, foge com sua mulher Rosa (Yoná Magalhães) pelo sertão nordestino. No caminho ele encontra figuras estranhas, entre elas, os temíveis Antônio das Mortes (Maurício do Vale) e Corisco (Othon Bastos). Deus e o Diabo na Terra do Sol, apesar de sua inspiração nos movimentos cinematográficos da Itália e da França, “bebe” também um pouco da fonte do faroeste hollywoodiano e mistura tudo isso com elementos da literatura de cordel. O ritmo é fragmentado. Cortes rápidos e secos. Um senso de urgência que faz de Deus e o Diabo um filme marcante em todos os sentidos. Indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes e vencedor de diversos prêmios internacionais transformou Glauber em um nome conhecido mundialmente. Para muitos estudiosos, esta é sua obra maior.
DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL (Brasil 1964). Direção: Glauber Rocha. Elenco: Othon Bastos, Mauricio do Valle, Geraldo Del Rey e Yoná Magalhães. Duração: 125 minutos. Distribuição: Versátil.
Uma resposta
Deus e Diabo na Terra do Sol é, para mim, um filme extraordinário. Não escrevo como brasileiro, apenas. É cinema no melhor sentido da palavra cinema. Ademais, tem um dos mais belos cartazes da história do cinema- ao lado de Vertigo. Detalhe: tenho os dois na sala de minha casa… benza deus!