Curtis Hanson talvez seja o mais subvalorizado diretor de cinema americano dos últimos anos. Sua filmografia não é das mais extensas, porém, suas escolhas são sempre de qualidade e sua narrativa segue o padrão clássico hollywoodiano. Depois do enorme sucesso de público e crítica obtido por Los Angeles – Cidade Proibida, Hanson poderia ter ficado no porto seguro de contos policiais sombrios, porém, optou por tomar um rumo diferente. Garotos Incríveis foi seu trabalho seguinte e comprova, mais uma vez seu talento como contador de histórias. Aqui, a ação se concentra quase que inteiramente em um final de semana. Graddy Tripp (Michael Douglas), é um renomado professor de literatura inglesa e tem muitos problemas por resolver. O principal deles é conseguir terminar seu segundo livro, que está cada vez maior. O outro, diz respeito à sua amante (Frances MacDomand), grávida dele e casada com seu chefe. Seu agente (Robert Downey Jr.) aparece para cobrar a conclusão do novo livro, ao mesmo tempo em que um de seus alunos (Tobey Maguire), uma espécie de versão mais jovem dele próprio, o ajuda em um assunto delicado que surge de última hora. A impressão é que temos muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, e temos mesmo, no entanto, Hanson dá conta de tudo com maestria e sensibilidade, o que torna Garotos Incríveis uma grata surpresa.
GAROTOS INCRÍVEIS (Wonder Boys – EUA 2000). Direção: Curtis Hanson. Elenco: Michael Douglas, Tobey Maguire, Frances McDormand, Katie Holmes, Rip Torn e Robert Downey Jr. Duração: 112 minutos. Distribuição: Warner.