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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

GUERRA AO TERROR

Até se tornar o grande vencedor do Oscar de 2010, Guerra ao Terror enfrentou desafios que pareciam difíceis de serem superados. A começar pelo próprio filme que, mesmo com um custo baixo para os padrões hollywoodianos, 15 milhões de dólares, quase não foi produzido. A diretora Kathryn Bigelow só conseguiu o dinheiro que precisava para realizar o filme depois que seu ex-marido, James Cameron (ele mesmo, o diretor de Titanic e Avatar), deu uma “força”. Contou também a favor do projeto o envolvimento de três respeitados atores: Ralph Fiennes, Guy Pearce e David Morse. Eles trabalharam de graça para ajudar a amiga. Filme pronto, o segundo desafio: a distribuição. Ninguém queria distribuir um filme que se passava no Iraque ocupado pelo exército americano. A ferida era muito recente e ainda estava bem aberta. Bigelow começou a exibir seu trabalho em festivais e em circuitos restritos e o filme foi ganhando prêmios e críticas elogiosas. Aos poucos, as barreiras começaram a ser derrubadas. No Brasil, não houve interesse por parte de distribuidor algum e o filme foi lançado direto em DVD. O título nacional também não ajudou muito. Guerra ao Terror é enganoso e nada fiel ao nome original, The Hurt Locker, expressão que significa uma situação ou período de grande sofrimento físico e emocional. Na trama, um grupo de soldados esperam alguns dias, pouco mais de 30, para voltarem para casa. Eles fazem parte de um esquadrão especial do exército cujo trabalho principal é desarmar bombas. O filme inteiro caminha, literalmente, sobre um campo minado. E esta sensação nos é transmitida por completo pela diretora. Guerra ao Terror é tenso, nervoso, angustiante e provoca taquicardia. Muita gente se negou a vê-lo induzida pela péssima tradução brasileira que nos faz crer se tratar de um filme pró-Bush. Muito pelo contrário. Quase não há combate nem sentimentos patrióticos. O foco maior e condutor da trama é o fator humano. Acompanhamos a vida de um grupo de soldados que diariamente arriscam suas vidas desarmando bombas e contando as horas que faltam para irem embora daquele inferno. Este é o maior dos conflitos. Indicado a nove Oscar, o filme ganhou em seis categorias: som, mixagem de som, montagem, roteiro original (para Mark Boal), filme e diretor (para Kathryn Bigelow, que foi a primeira mulher premiada com o Oscar de direção em 82 anos de Oscar).
GUERRA AO TERROR (The Hurt Locker – EUA 2008). Direção: Kathryn Bigelow. Elenco: Jeremy Renner, Anthony Mackie, Brian Geraghty, Guy Pearce, Ralph Fiennes, David Morse, Evangeline Lilly, Christian Camargo, Suhail Aldabbach e Christopher Sayegh. Duração: 130 minutos. Distribuição: Imagem Filmes.

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Respostas de 4

  1. Assisti ontem e achei muito bom. O clima de tensão nas cenas de bomba que eles conseguiram criar, eu cheguei a ficar com medo de pegar a minha caneca de café que estava ao lado e fosse explodir tudo 😉

    duas coisas que chamaram a minha atenção…

    – o fator humano, o psicologico dos soldados mostrado de forma muito mais direta do que geralmente ocorre em filmes do genero, me lembrou do JARHEAD.

    – as cenas que eles perseguem os insurgentes pelas vielas e becos, absurdamente parecida com as cenas do nosso cultuado TROPA DE ELITE que pelo visto fez escola.

    kurti e recomendo, valeuz a dika MARDEN!

    JOPZ

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