O cineasta japonês Takashi Miike tem uma trajetória das mais singulares. Quando tinha 18 anos seu maior sonho era ser piloto de motocicleta e competir em campeonatos de corrida. Terminou se matriculando na Escola de Cinema de Yokohama pelo simples fato de ser gratuita e também por não ser exigido nenhum tipo de exame. Durante o curso, faltava muito as aulas e quando uma emissora de TV local procurou por um aluno que pudesse trabalhar de graça, um dos professores o indicou. Miike terminou sendo contratado e trabalhou quase dez anos lá, de onde saiu como assistente de direção em um projeto coletivo. A partir daí, tornou-se diretor compulsivo e realizou mais 60 filmes em cerca de 20 anos de carreira. Conhecido como o “Tarantino japonês”, Miike tem predileção por temas fortes e violentos e adora quebrar tabus. 13 Assassinos, realizado em 2010, conta uma história, escrita por Kaneo Ikegami e Daisuke Tengan, que se passa no Japão, no ano de 1844. Tudo começa quando um nobre comete crimes na região com a conivência das autoridades locais. Um oficial do governo recruta 13 dos melhores guerreiros para por um fim às atrocidades. Tenso e plasticamente impecável, 13 Assassinos apresenta e define bem suas personagens e quando a ação tem início, temos uma seqüência de mais de uma hora de combates incessantes raramente visto em um filme. Miike mostra tudo sem pudores e, acreditem, com muita poesia.