O cineasta italiano Ettore Scola se formou em Direito, trabalhou como jornalista e radialista, mas descobriu sua verdadeira vocação no cinema. Primeiro, durante quase dez anos, como roteirista. A partir de 1964, quando realizou a comédia Fala-se de Mulheres, assumiu também a cadeira de diretor. Sua carreira é marcada pela diversidade de temas e quantidade de filmes que dirigiu, quase 40, o que dá uma média de quase um filme por ano. Um Dia Muito Especial, realizado em 1977, é considerado uma de suas obras máximas. Com roteiro escrito por ele, em parceria com Ruggero Maccari e Maurizio Costanzo, conta a história de dois vizinhos, Antonietta (Sophia Loren) e Gabriele (Marcello Mastroianni). Ela é uma dona de casa, mãe de seis filhos e casada com um militante fascista. Ele é homossexual e trabalha como radialista. Os dois passam juntos o dia 06 de maio de 1938, data da célebre visita de Hitler e Mussolini à Roma. A seqüência que precede o encontro dos dois é simplesmente fabulosa. Todos os moradores do conjunto habitacional saem de seus apartamentos e descem as escalas ao mesmo tempo. Como se estivessem ouvindo um chamado superior, no caso, uma convocação do governo. Apenas três pessoas permanecem: a zeladora do prédio, Antonietta e Gabriele. Ao longo do dia eles viverão intensamente, compartilhando suas vidas, sonhos, problemas e esperanças. E o que dizer da dupla Loren/Mastroianni? Interpretação impecável e inesquecível. Scola realiza aqui um filme simples na sua aparência, porém, carregado de uma profundidade tão densa e complexa que só é possível aos gênios. Apesar do clichê, não há como resistir no trocadilho: Um Dia Muito Especial é uma obra realmente especial. Uma curiosidade: o filme foi produzido por Carlo Ponti, marido de Sophia Loren.
UM DIA MUITO ESPECIAL (Una Giornata Particolare – Itália 1977). Direção: Ettore Scola. Elenco: Sophia Loren, Marcello Mastroianni, John Vernon, Françoise Berd e Alessandra Mussolini. Duração: 110 minutos. Distribuição: Versátil.
Uma resposta
Quero passar na locadora, já, já; quero rever, Marden! É muito bom.