No final de 1972 aconteceram as primeiras exibições em festivais de Último Tango em Paris. O cineasta italiano Bernardo Bertolucci, que começara a carreira como roteirista, se firmava como diretor neste que foi seu quarto filme. Marlon Brando já era um astro consagrado e desfrutava o enorme sucesso de público e crítica de O Poderoso Chefão. Maria Schneider, então com vinte anos, era a ilustre desconhecida do trio. O filme, desde sua primeira exibição, dividiu opiniões e causou polêmicas. Taxado pelos mais apressados como uma obra pornográfica, e por conta disso, proibido em muitos países, inclusive o Brasil, Último Tango em Paris não cabe em um simples rótulo. O roteiro, escrito por Bertolucci e Franco Arcalli, conta a história de um americano (Brando), que mora em Paris e encontra-se atormentado pelo suicídio da esposa. Ele conhece uma jovem (Schneider), que está noiva de um cineasta. Sem saber o nome um do outro, os dois se unem para satisfazer seus desejos sexuais em um apartamento tão vazio quanto suas vidas naquele momento. Belissimamente fotografado por Vittorio Storaro e com uma trilha sonora marcante composta por Gato Barbieri, Último Tango em Paris é, apesar do que possa aparentar e dos mitos que foram criados em torno dele, um filme forte e intimista que lida como poucos com a dor extrema de suas personagens.
ÚLTIMO TANGO EM PARIS (Ultimo Tango a Parigi – França/Itália 1972). Direção: Bernardo Bertolucci. Elenco: Marlon Brando, Maria Schneider, Jean-Pierre Léaud, Veronica Lazar, Massimo Girotti, Maria Michi Magrini, Giovanna Galletti, Catherine Allégret e Peter Schommer. Duração: 129 minutos. Distribuição: Fox.
Respostas de 2
Belo texto para um filme igualmente belo.
tem uma cena desse filme que volta e meia, alguém usa para fazer piada. com a margarina. mas eu nunca vi o filme, mas tenho a impressão de que esse filme não deveria estar em piadas de mau gosto.