Assim como nos Estados Unidos não existem apenas as animações dos Estúdios Disney, no Japão elas também não se limitam aos Estúdios Ghibli. E isso é muito bom para nós, espectadores. Totto-Chan: A Menina na Janela, dirigido por Shinnosuke Yakuwa com o auxílio de outros três diretores em sequencias específicas do filme, é mais uma prova da excelência da animação japonesa feita fora de seu mais famoso estúdio. A história, escrita pelo próprio diretor ao lado de Yusuke Suzuki, é adaptada do romance homônimo de Tetsuko Kuroyanagi. Acompanhamos aqui a garota de sete anos que consta do título. A ação começa no Japão no período da Segunda Guerra Mundial. Totto-Chan é uma menina que foge aos padrões. Isso faz com que ela seja expulsa da escola primária onde estuda. Sua mãe a matricula na Tomoe Gakuen, uma instituição de ensino infantil que estimula as crianças a explorarem seus interesses livremente. Isso transforma a vida de Totto-Chan, apesar das dificuldades que o país enfrenta por causa da guerra. E ela ainda estabelece uma forte amizade com Yasuaki, um menino com poliomielite, colega seu de turma. O traço de Yakuwa é leve, simples, parece aquarelas feitas à mão. A narrativa é envolvente, tocante e desperta em nós um forte senso de empatia e solidariedade. E é muito bom ver crianças que agem como crianças. Isso acalenta e desperta a criança que temos dentro de nós.
TOTTO-CHAN: A MENINA NA JANELA (Madogiwa No Totto-Chan – Japão 2023). Direção: Shinnosuke Yakuwa. Animação. Duração: 114 minutos. Distribuição: Sato Company.







