A atriz Demi Moore iniciou sua carreira em 1981, quando tinha apenas 19 anos. Os primeiros trabalhos foram pequenos e em produções que não tiveram muita repercussão. Seu nome começou a se destacar a partir de 1985, com O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas, de Joel Schumacher. O estouro de popularidade veio em 1990, com Ghost: Do Outro Lado da Vida, de Jerry Zucker. Após esse megassucesso, ela procurou diversificar seus papéis e ser valorizada por valores similares aos dos atores da época, em especial Bruce Willis, com quem era casada. Chegamos a este Striptease, dirigido em 1996, por Andrew Bergman. Ela recebeu um cachê de 12,5 milhões de dólares, então o mais alto já pago a uma atriz. Na trama, baseada no livro de Carl Hiaasen, adaptado pelo próprio diretor, Moore é Erin Grant, uma secretária do FBI que é demitida por causa do marido golpista (Robert Patrick). Desempregada, ela perde a guarda de Angela (Rumer Willis, sua filha na vida real). A única opção disponível é trabalhar como stripper em um clube noturno. Para complicar tudo, Erin passa a ser assediada por um político (Burt Reynolds) e recebe a ajuda do policial Garcia (Armand Assante). Striptease teve um marketing agressivo que girou em torno da beleza e dos atributos físicos da atriz. Mas foi massacrado pela crítica e fracassou nas bilheterias. Diferente de Showgirls, de Paul Verhoeven, feito no ano anterior, o filme de Bergman se leva a sério demais e isso talvez tenha sido a razão de seu fracasso. Seja como for, visto hoje com o devido distanciamento, Striptease não é tão ruim assim. Longe de ser uma obra-prima, seu fracasso pode ter sido em decorrência da misoginia, inveja e preconceito contra uma atriz que ousou cobrar o que achava justo por seu trabalho e pela exposição/exploração de seu corpo.
STRIPTEASE (EUA 1996). Direção: Andrew Bergman. Elenco: Demi Moore, Burt Reynolds, Ving Rhames, Armand Assante, Robert Patrick, Rumer Willis, Frances Fisher e Paul Guilfoyle. Duração: 115 minutos. Distribuição: Warner.