A roteirista e diretora francesa Élise Girard trabalhou como relações públicas da Action Cinemas, uma cadeia parisiense de salas de exibição especializada em filmes alternativos. Sua estreia como diretora foi justamente um documentário sobre a empresa onde trabalhava. Depois ela dirigiu outros três longas ficcionais. Sidonie no Japão, de 2023, é o terceiro deles. O roteiro, escrito por ela junto com Sophie Fillières e Maud Ameline, nos apresenta a escritora francesa Sidonie Perceval (Isabelle Huppert), que parou de escrever desde a morte de sue marido (August Diehl). Ela recebe então um convite para ir ao Japão onde o editor Kenzo Mizoguchi (Tsuyoshi Ihara) acabou de relançar seu primeiro livro. Nessa viagem ela ainda vive em luto, inclusive vendo continuamente o fantasma do falecido. No entanto, o contato com aquele país tão diferente do seu na companhia de Kenzo, que lhe mostra as tradições e belezas da terra do sol nascente vai, aos poucos, acalentando sua alma sofrida. Girard é uma cineasta de estilo bastante minimalista. Suas histórias possuem poucos diálogos e imagens contemplativas que enriquecem a narrativa preenchendo as lacunas das vidas das personagens. Aqui, além disso, ela faz uma bela e poética conexão entre os cinemas dos dois países retratados e não poderia ter à frente do elenco uma atriz melhor do que a grande Isabelle Huppert.
SIDONIE NO JAPÃO (Sidonie au Japon – França/Alemanha/Suíça/Japão 2023). Direção: Élise Girard. Elenco: Isabelle Huppert, Tsuyoshi Ihara, August Diehl, Yuko Hitomi, Aurore Catala, Yusuke Kitaguchi. Duração: 95 minutos. Distribuição: Imovision.