Se você passa boa parte do tempo sozinha e conversa com as paredes, é sinal que alguma coisa não vai bem em sua vida. Shirley vive essa situação diariamente. Sua rotina é cuidar da casa, preparar as refeições para o marido (Bernard Hill) e sufocar seus sonhos. Até que sua melhor amiga a convida para acompanhá-la em uma viagem à Grécia. Baseada em uma peça de teatro, Shirley Valentine traz para a telona a mesma atriz que a interpretou nos palcos, Pauline Collins. Ela deixa o marido em casa e vai atrás de um de seus sonhos rebeldes de juventude. Shirley toma uma atitude que quase toda mulher um dia já pensou tomar: jogar tudo pro alto e ter uma vida nova e plena em outro lugar. Se possível, em uma ilha grega. Pauline parece ter nascido para dar vida a Shirley. Sua interpretação é, ao mesmo tempo, natural, simples, envolvente e arrebatadora. Impossível não se emocionar com suas conversas com as paredes da cozinha ou rir com seus comentários a respeito dos galanteios do grego Costas (Tom Conti). Uma comédia carregada de meiguice, romantismo, de reflexão e de sonhos. Em tempo: a peça foi montada três vezes no Brasil, primeiro com Renata Sorrah, depois com Betty Faria e Suzana Vieira.
SHIRLEY VALENTINE (Shirley Valentine – Inglaterra 1989). Direção: Lewis Gilbert. Elenco: Pauline Collins, Tom Conti, Bernard Hill, Julia McKenzie, Alison Steadman e Joanna Lumley. Duração: 108 minutos. Distribuição: Paramount.
Respostas de 4
Neste mesmo universo feminino – só que bem mais ácido – sugiro ver também o filme “Montenegro – Ou Porcos e Pérolas”, de Dusan Makavesh. A música tema, The Ballad of Lucy Jordan, na voz de Marianne Faithfull, deixa as mulheres à beira de matar os seus maridos!
“At the age of thirty-seven she realised she’d never
Ride through Paris in a sports car with the warm wind in her hair…”
Seria uma espécie de Thelma e Louise?
Esse filme é maravilhoso. Adorei a foto do post. Eu assisti milhares de vezes como se fosse um hino de liberdade das mulheres.
Não, WTakeuchi. Shirley Valentine é bem diferente de Thelma & Louise, mas, é tão bom quanto.