No dia 5 de setembro de 1972, durante os Jogos Olímpicos de Munique, na então Alemanha Ocidental, o grupo palestino Setembro Negro invadiu a Vila Olímpica e fez 11 atletas israelenses como reféns. A equipe de esportes da rede ABC de televisão estava lá para cobrir o evento e acabou por documentar aquele que se tornou o primeiro ataque terrorista transmitido ao vivo para o mundo. Na época, o atentado foi testemunhado em tempo real por 900 milhões de espectadores. É essa a história que vemos em Setembro 5, dirigido pelo suíço Tim Fehlbaum, também autor do roteiro ao lado de Moritz Binder e Alex Davi. Há uma dose dupla de tensão dramática aqui. A primeira, óbvio, é o próprio atentado. A segunda diz respeito aos jornalistas esportivos. Eles precisaram alterar rapidamente a rotina de pautas que costumavam seguir. Isso faz de Setembro 5 um filme duplamente tenso e a maneira como Fehlbaum conduz sua narrativa, quase em tempo real, potencializa sobremaneira essa sensação de urgência. Até pelo ineditismo dos atos que marcaram aquele dia, conhecido hoje como Massacre de Munique, não se sabia direito como agir e/ou reagir aos acontecimentos. O filme recebeu uma única indicação ao Oscar 2025 na categoria de melhor roteiro original.
SETEMBRO 5 (September 5 – EUA/Alemanha 2024). Direção: Tim Fehlbaum. Elenco: Peter Sarsgaard, John Magaro, Ben Chaplin, Leonie Benesch, Zinedine Soualem, Georgina Rich, Corey Johnson e Marcus Rutherford. Duração: 95 minutos. Distribuição: Paramount.
