A história de Romeu e Julieta, junto com a de Tristão e Isolda, são as duas mais conhecidas tragédias românticas da literatura mundial. A primeira dessas duas, escrita no final do Século XVI por William Shakespeare, é a mais popular e a mais adaptada para o cinema. Existem dezenas de versões, porém, destaco as três mais importantes: uma de 1936, dirigida por George Cukor; outra de 1968, realizada por Franco Zeffirelli; e esta de 1996, do australiano Baz Luhrmann. Creio que não há necessidade de se resumir aqui a história deste casal de jovens apaixonados, filhos de famílias inimigas, e que viviam na cidade de Verona, na Itália. O que torna a versão de Luhrmann interessante é a maneira como ele modernizou uma trama que já era bastante conhecida e conseguiu carregá-la de um frescor surpreendente. A ação acontece no presente e é contada como se fosse um programa sensacionalista de televisão. Além disso, o roteiro é fiel ao texto original shakespereano, o que confere ao filme uma sensação simultânea de estranhamento e autenticidade. A trilha sonora, composta por músicas de diversas bandas de rock, também é uma boa sacada do diretor. Nos papéis principais, os talentosos Leonardo DiCaprio e Claire Danes conseguem transmitir com beleza, segurança e verdade, a química cheia de faíscas que emana naturalmente de um casal apaixonado. Precisa mais?