Não é de hoje que as traduções de títulos de filmes americanos causam algumas confusões por aqui. Veja o caso deste Rio Grande, dirigido em 1950 por John Ford. Ele foi batizado no Brasil de Rio Bravo (não faço a mínima ideia da razão da mudança). Nove anos depois, quando Howard Hawks dirigiu outro Rio Bravo, no original, este, para não ser confundido com o de 1950, recebeu o nome em nosso país de Onde Começa o Inferno. Fora isso, ambos têm em comum a presença de John Wayne à frente do elenco e são ótimos. Com roteiro de James Kevin McGuiness, a partir de uma história de James Warner Bellah, o filme fecha a chamada “Trilogia da Cavalaria Americana”, que começou dois anos antes com Sangue de Heróis e continua no ano anterior com Legião Invencível. A ação se passa após o fim da Guerra Civil e Wayne reprisa o papel do tenente-coronel Kirby Yorke, o mesmo do filme de 1948. Agora ele segue para o rio do título onde deverá enfrentar os índios Apache. As coisas se complicam quando seu filho Jeff (Claude Jarman Jr.), que o pai não via desde que ele era criança, integra o pelotão como um dos novos recrutas, ao mesmo em que sua mãe Kathleen (Maureen O’Hara), ex-mulher de Kirby, aparece para levar o filho de volta. Tendo Monument Valley servindo mais uma vez de locação, Rio Bravo é mais um grande Ford e o primeiro dos três filmes que ele dirigiu com a dupla Wayne e O’Hara. A química dos dois é perfeita e se repetiu em 1952 em Depois do Vendaval e em 1957 em Asas de Águia. Além desses, a dupla atuou também em outros dois trabalhos: Quando Um Homem é Homem, de 1963; e Jake Grandão, de 1971.
RIO BRAVO (Rio Grande – EUA 1950). Direção: John Ford. Elenco: John Wayne, Maureen O’Hara, Bem Johnson, Claude Jarman Jr., Chill Wills, Harry Carey Jr., J. Carrol Naish e Victor McLaglen. Duração: 1105 minutos. Distribuição: Versátil.
