O corretor de imóveis Robert Montague Renfield é um personagem secundário da história do conde Drácula criada por Bram Stoker. Agora, mais de um século depois de sua primeira aparição, ele ganha destaque de protagonista no filme Renfield: Dando Sangue Pelo Chefe, do norte-americano Chris McKay. O roteiro de Ryan Ridley tem por base uma história concebida por Robert Kirkman, o autor de The Walking Dead, e se passa nos dias atuais. No papel-título temos Nicholas Hoult, que contracena com outro Nicolas, o Cage, aqui no papel do príncipe dos vampiros. McKay vem de uma boa experiência na animação. Este é seu terceiro longa. Antes ele havia dirigido Lego Batman: O Filme e A Guerra do Amanhã. Há em Renfield um forte componente cartunesco. Especialmente nas lutas e em algumas mortes. A premissa em si é muito boa e consegue inserir questões bem pertinentes como relacionamento abusivo, por exemplo. Renfield é o “faz tudo” do Drácula há mais de 100 anos e vive em seu “trabalho” uma situação de completa codependência. É como se ele fosse o Surfista Prateado do Galactus. Isso faz com que ele entre em crise e se junte a um grupo de terapia. Hoult dá conta em sua interpretação dos conflitos internos enfrentados por ele e Cage, visivelmente se divertiu muito na “pele” de Drácula, um dos papéis que o ator sonhava viver nas telas desde o início de sua carreira. Ao contrário dos dois, Awkwafina está bem perdida aqui. Renfield tem problemas, sem dúvida. Um deles é o de conter dois filmes que não dialogam entre si. Apesar disso, é divertido o bastante para figurar no futuro nas “sessões da tarde” da vida. Em tempo: E que raios de subtítulo é esse? Sinceramente, não precisava.
RENFIELD: DANDO SANGUE PELO CHEFE (Renfield – EUA 2023). Direção: Chris McKay. Elenco: Nicholas Hoult, Nicolas Cage, Awkwafina, Bem Schwartz, Shohreh Aghdashloo, Brandon Scott Jones, Adrian Martinez e Camille Chen. Duração: 93 minutos. Distribuição: Universal.
