Paul Newman já era um astro quando recebeu, em 1967, o roteiro de Rebeldia Indomável. Ele tinha concluído uma série de cinco filmes, curiosamente começando com a letra “H”, onde desconstruía a imagem de herói. Newman, assim como seu contemporâneo Marlon Brando, gostava de interpretar personagens contestadoras, anti-heroicas. E Lucas Jackson, o Luke de Rebeldia Indomável, tem essa característica. A trama pouco revela sobre as motivações de Luke. Sabemos apenas que ele não gosta de seguir regras, que tem um espírito libertário. Ele é preso logo no começo do filme para cumprir uma sentença de dois anos por destruir propriedade pública. O ambiente da penitenciária é curioso. Temos guardas fechados e rígidos demais, cheios de normas e exigências. Ao contrário dos presos, que são falantes e bem-humorados. Em alguns momentos, nem parecem que estão cumprindo pena. Isso faz com que o caráter contestador de Luke logo se manifeste. Seja em um jogo de cartas; em uma aposta envolvendo ovos cozidos (a seqüência é hilária) ou nas tentativas de fuga. Tudo o que acontece é consequência de uma “falha de comunicação”. Paul Newman usa todo seu charme e carisma a favor da personagem. Preste atenção nas mudanças em seu sorriso ao longo da história. O filme foi dirigido por Stuart Rosenberg, um diretor que realizou poucos trabalhos, mas, deixou uma marca de qualidade e estilo.