O roteirista e diretor François Ozon é um dos mais ativos e versáteis cineastas em atividade na França. Em pouco mais de 35 anos de carreira já realizou perto de 50 trabalhos, entre curtas e longas. Quando Chega o Outono, de 2024, é mais uma prova de sua versatilidade. O roteiro, escrito por ele e Philippe Piazzo, nos apresenta Michelle (Hélène Vincent), uma senhora aposentada que vive em um vilarejo na Borgonha. Aquela rotina tranquila em uma região bucólica é dividida com Marie-Claude (Josiane Balasko), sua vizinha e melhor amiga. Ambas têm um passado profissional em comum e se ajudam mutuamente. Michelle adora receber a visita de Lucas (Garlan Erlos), seu neto. No entanto, a relação dela com a filha, Valérie (Ludivine Sagnier), não é das melhores. Ao mesmo tempo, Vincent (Pierre Lottin), filho de Marie-Claude, sai da prisão e tenta refazer a vida. O mais interessante aqui é a maneira como Ozon conduz sua narrativa. Tudo começa de maneira bem simples e, gradativamente, toma rumos completamente inesperados. Assim como a estação do ano que está no título, o roteiro tem como principal característica a imprevisibilidade. Isso no sentido literal da palavra. Mas há também o sentido subjetivo que remete à queda, no caso aqui, de algumas máscaras e posturas. Os dois significados para “outono” se fazem presentes e esse fato enriquece sobremaneira a experiência proposta por Ozon.
QUANDO CHEGA O OUTONO (Quand Vient l’Automne – França 2024). Direção: François Ozon. Elenco: Hélène Vincent, Josiane Balasko, Ludivine Sagnier, Pierre Lottin, Garlan Erlos, Sophie Guillemin, Malik Zidi e Paul Beaurepaire. Duração: 102 minutos. Distribuição: Pandora Filmes.
