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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

PRISCILLA

A cineasta Sofia Coppola começou a escrever e dirigir longas em 1999. Desde então já realizou oito filmes que têm em comum o tema do deslocamento. Não é diferente em Priscilla, lançado em 2023. O roteiro tem por base o livro Elvis e Eu, escrito por Sandra Harmon e Priscilla Presley, ex-esposa do “rei do rock”. À frente do elenco, a talentosa Caille Spaeny. O diferencial está no ponto de vista da história que nos é contada. Temos tudo filtrado pelo olhar da adolescente Priscilla Ann Beaulieu, que em 1959, aos 14 anos de idade, conheceu Elvis Presley. Na época, ela morava na Alemanha (seu pai era oficial da Força Aérea dos Estados Unidos) e ele prestava o serviço militar. A partir daí, acompanhamos um relacionamento que durou cerca de dez anos e começou, oficialmente, em 1962, quando ela foi passar o Natal em Graceland, a mansão de Elvis, e só saiu em 1972, quando se separou do astro. De menina deslumbrada pelo primeiro amor à convivência cheia de excessos ao lado dele, temos, na verdade, um ritual de transformação de uma garota ingênua e apaixonada em uma mulher que decide assumir o controle de seu destino. Sofia Coppola filma com elegância e delicadeza, enfatizando sempre a solidão e as situações vividas por Priscilla que a fazem se sentir “um peixe fora d’água”, sensação recorrente na filmografia da diretora. Quem for assistir ao filme esperando ver o marido da protagonista, interpretado por Jacob Elordi, provavelmente se decepcionará. O perfil mostrado dele não é nada edificante. Afinal, a começar pelo título, Elvis não “reina” aqui. É Priscilla quem manda.     

PRISCILLA (Itália/EUA 2023). Direção: Sofia Coppola. Elenco: Cailee Spaeny, Jacob Elordi, Dagmara Dominczyk, Tim Post, Ari Cohen, Lynne Griffin e Dan Beirne. Duração: 113 minutos. Distribuição: O2 Play/MUBI.

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