Não é de hoje que as animações podem ser consideradas “o melhor de dois mundos”. Afinal, muita gente acredita que elas são feitas exclusivamente para crianças. Mas na verdade, uma boa animação consegue “dialogar” com públicos diversos. E algumas delas ainda conseguem inserir questões bem relevantes em suas histórias. Este é o caso de Placa Mãe, escrita e dirigida pelo mineiro Igor Bastos. Ao som de uma trilha sonora com canções de Milton Nascimento, somos apresentados a uma androide, Nadi. Ela é a primeira de sua espécie a conseguir cidadania brasileira e decide adotar duas crianças órfãs, David e Lina, que são irmãos. O problema surge quando Asafe, um “digital influencer” sensacionalista e reacionário, que em busca de popularidade inicia uma série de ações contra Nadi. Placa Mãe, feito inteiramente no interior de Minas Gerais, aborda questões sociais sérias e bem adultas como preconceito, diversidade, um conceito mais amplo de família, tecnologia, manipulação midiática, inteligência artificial, amor e afetividade. Parece muita coisa para ser “abraçada” em um desenho animado, mas Igor Bastos consegue conduzir sua narrativa com louvor.
PLACA MÃE (Brasil 2024). Direção: Igor Bastos. Animação. Duração: 105 minutos. Distribuição: O2 Play.