Em mais de três décadas de carreira, o cineasta italiano Paolo Sorrentino vem construindo uma sólida filmografia. Sua projeção mundial ocorreu em 2011, ano em que lançou Aqui é e Meu Lugar. Dois anos depois, ganhou o Oscar de melhor filme internacional por A Grande Beleza. Logo após foi a vez de Juventude, e a partir de 2021, com A Mão de Deus, ele passou a exaltar sua terra natal. Parthenope: Os Amores de Nápoles, de 2024, escancara esse amor no título e na premissa do roteiro, escrito pelo próprio Sorrentino. Na mitologia, Parthenope é uma sereia que deu origem ao nome da cidade onde o diretor nasceu. O filme acompanha a vida da personagem-título, interpretada aos 18, 25 e 32 anos pela atriz Celeste Dalla Porta e na terceira idade por Stefania Sandrelli. Assim como a figura mitológica que inspirou seu nome, a Parthenope de Sorrentino seduz os homens que cruzam seu caminho. A abordagem aqui é, ao mesmo tempo, idílica e ironicamente melancólica. É visível na obra do cineasta a forte influência que ele teve de Fellini e não é diferente neste novo trabalho. Parthenope, assim como a sereia ao emitir seu canto mágico, vai nos seduzindo, e ao final, descobrimos que estamos completamente enfeitiçados.
PARTHENOPE: OS AMORES DE NÁPOLES (Parthenope – Itália 2024). Direção: Paolo Sorrentino. Elenco: Celeste Dalla Porta, Stefania Sandrelli, Gary Oldman, Silvio Orlando, Luisa Ranieri, Peppe Lanzetta e Isabella Ferrari. Duração: 137 minutos. Distribuição: Paris Filmes.
