O carioca Marcos Prado iniciou sua carreira como fotógrafo no final dos anos 1980. Depois, em 1997, montou a Zazen Produções, junto com o cineasta José Padilha. Nela, produziu os filmes do sócio e estreou na direção com o premiado documentário Estamira, em 2004. Paraísos Artificiais, de 2012, é seu primeiro longa de ficção. O roteiro, escrito pelo próprio diretor, em parceria com Pablo Padilla e Cristiano Gualda se concentra no trio formado pela DJ Érika (Nathalia Dill), seu namorado Nando (Luca Bianchi) e sua melhor amiga Lara (Lívia de Bueno). O pano de fundo é a cena rave brasileira representada pelo Shangi-La, um festival de música eletrônica que acontece numa praia do Nordeste. Neste cenário, cheio de ecstasy e outras drogas, as vidas de Érika, Nando e Lara se encontram, se juntam, se separam e passam, ao longo do filme, por diferentes lugares: Rio de Janeiro, Pernambuco e Holanda. A fotografia de Lula Carvalho se destaca nos aspectos técnicos de Paraísos Artificiais. O elenco, bem jovem, confere autenticidade às personagens. A trama peca um pouco em seu roteiro, que às vezes se perde ao tentar abraçar muita coisa ao mesmo tempo. Porém, não compromete o resultado final, que, apesar de moralista, é bem coerente.
PARAÍSOS ARTIFICIAIS (Brasil 2012). Direção: Marcos Prado. Elenco: Nathalia Dill, Lívia de Bueno, Luca Bianchi, Bernardo Melo Barreto e César Cardadeiro. Duração: 96 minutos. Distribuição: Vinny Filmes.