Mineiro de Uberlândia, Sebastião Bernardes de Souza Prata iniciou sua carreira artística aos sete anos de idade, no picadeiro de um circo. A partir daí tornou-se um dos mais talentosos e versáteis artistas do teatro, do cinema e da televisão brasileiros. Mas seguramente você não sabe de quem estou falando pelo nome de batismo dele. No entanto, caso eu o apresente como Grande Otelo, a história é outra. A rica trajetória dessa importante figura da cultura nacional nos é contada pelo próprio no documentário Othelo, O Grande, de Lucas H. Rossi dos Santos. A partir de farto material de arquivo, o diretor nos revela um homem que teve a vida marcada por desafios, tragédias pessoais e preconceitos os mais diversos, especialmente em decorrência da cor de sua pele. Mas se Sebastião Prata era pequeno em estatura, tinha apenas um metro e meio de altura, seu talento fazia jus ao nome artístico que adotou a partir de uma feliz observação do maestro da Companhia Lírica Nacional, em São Paulo. Ele disse ao pequeno Tião que com aquela voz de tenor um dia cantaria a ópera Othelo, de Giuseppe Verdi. O resto é história. Uma história que merece ser contada, lembrada e celebrada sempre!
OTHELO, O GRANDE (Brasil 2018). Direção: Lucas H. Rossi dos Santos. Documentário. Duração: 82 minutos. Distribuição: Livres Filmes.