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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

OS IMPERDOÁVEIS

Western, o mais americano dos gêneros cinematográficos. Durante muitos anos era sinônimo de John Ford, que tinha em John Wayne sua melhor expressão. Nas últimas décadas, tem sido sinônimo de Clint Eastwood, que aprendeu tudo que sabe sobre o gênero com o italiano Sergio Leone. Eastwood foi moldado por Leone em seu tipo enigmático, solitário e durão. Um tipo que ficou conhecido como “o estranho sem nome”. A parceria da dupla gerou três preciosidades: Por Um Punhado de Dólares, Por Uns Dólares a Mais e Três Homens em Conflito. Após a fase italiana, Eastwood volta aos Estados Unidos e monta sua própria produtora, a Malpaso, e dá início a sua carreira de diretor e produtor. Extremamente habilidoso no uso de sua imagem, viu que não poderia ficar preso a um único tipo de personagem. Dessa decisão nasceu outra parceria importante em sua carreira, com o diretor Don Siegel, idealizador da série Dirty Harry, o policial “sujo” de San Francisco, uma espécie de “cowboy moderno”. Os Imperdoáveis é o ápice de sua carreira como diretor, ator e produtor. O projeto era antigo, acalentado por ele desde 1982, quando comprou o roteiro de David Webb Peoples, o mesmo que adaptou Blade Runner. Na época, Clint não se sentia preparado para realizá-lo. Foram necessários dez anos para que ele atingisse essa maturidade. Os Imperdoáveis não é um western qualquer, ou melhor, não é um filme qualquer. Ele nasceu clássico. Conta a história do ex-matador implacável, William Munny, que largou tudo por amor a sua mulher. Anos depois, viúvo, com dois filhos pequenos, vive em uma fazenda cercado de porcos doentes. Ele fica sabendo de uma recompensa de 1.000 dólares para quem matar dois vaqueiros que mutilaram o rosto de uma prostituta. O filme possui um ritmo lento, mas não pense que se trata de um filme enfadonho. É como um bom vinho, precisa de tempo para ser bem apreciado. Dedicado a Sergio Leone e Don Siegel, os dois mais importantes diretores com quem Eastwood trabalhou, Os Imperdoáveis devolve ao western todo o respeito que o gênero possuía no passado. Filmado inteiramente em tom solene, tudo nele é grandioso e perfeito. Como dizem os americanos, é maior que a vida. Ganhou quatro Oscar: melhor filme, direção, ator coadjuvante (Gene Hackman) e montagem. Um clássico.
OS IMPERDOÁVEIS (Unforgiven – EUA 1992). Direção de Clint Eastwood. Com Clint Eastwood, Gene Hackman, Morgan Freeman, Frances Fisher, Jaimz Woolvett, Richard Harris e Saul Rubinek. Duração: 128 minutos. Distribuição: Warner.

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