Sidney Lumet estreou como diretor em 1957, quando realizou 12 Homens e Uma Sentença. Sua carreira se estendeu por 50 anos, até 2007, quando dirigiu seu último filme, Antes Que o Diabo Saiba Que Você Está Morto. Ao todo foram 45 filmes dirigidos por ele. Uma média de quase um filme por ano. Com exceção de Woody Allen, algo realmente incomum no cinema americano moderno. Versátil e também politizado, Lumet “passeou” por diversos gêneros, porém, foi no drama que ele sempre se saiu melhor. E O Veredicto é apenas mais um exemplo da habilidade do diretor em contar histórias fortes e contundentes. Com roteiro de David Mamet, adaptado do romance de Barry Reed, o filme trata essencialmente de redenção. Aqui, o advogado Frank Galvin (Paul Newman), alcoólatra e sem conseguir vencer uma causa sequer. De repente, um caso aparece em seu escritório com uma oferta fabulosa de acordo para arquivamento. Frank vê aí sua chance de se reerguer e não aceita a proposta que lhe é feita e insiste no julgamento. Lumet, um diretor que conhece muito bem o funcionamento de um tribunal, conduz sua trama no ritmo necessário para nos envolver do início ao fim. Não é fácil dirigir este tipo de filme. A estrutura depende muito dos diálogos e do desempenho dos atores. E mesmo quando o diretor dispõe de um ótimo roteiro e de um elenco excepcional, como é o caso de O Veredicto, nem sempre é possível escapar da armadilha da “teatralização”. Lumet se supera e nos presenteia com um drama envolvente e humano. Não tem mistério. Boas histórias precisam apenas de alguém com talento para contá-las. Simples assim.