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O ÚLTIMO PUB

O caráter humanista é uma constante nos 60 anos de carreira do diretor britânico Ken Loach. Sem exagero algum posso afirmar ser difícil, ou melhor, impossível, não suar pelos olhos ao ver seus trabalhos. Não é diferente em O Último Pub, de 2023, que ele dirigiu a partir de um roteiro de Paul Laverty. A história gira em torno do The Old Oak, o pub do título, de propriedade de TJ Ballantyne (Dave Turner). A ação se passa em um vilarejo que recebe refugiados sírios. Entre eles a jovem Yara (Ebla Mari), que carrega uma câmera e tudo fotografa. Esse ato simples desencadeia uma reação violenta, bem como é o ponto de partida de algumas outras reações tão violentas quanto envolvendo xenofobia. No meio a isso tudo, Yara e TJ desenvolvem uma forte amizade que se opõe àquela triste situação. Em especial quando abrem um espaço para servir refeições gratuitas aos necessitados. Afinal, como está em uma das muitas fotos do pub, “quando você come junto, você fica junto”. Mas o que fica mesmo é dito por Yara em dois momentos distintos: “A esperança é o que provoca tanta dor. Quando o mundo olha e não faz nada, é aí que o regime sobrevive. Quando o mundo não faz nada. É isso que eles fazem conosco para nos quebrar. É preciso força para ter esperança, mas eles querem acabar com ela. A esperança requer fé”. E o cinema de Ken Loach carrega essa luz de esperança, amor e fé no ser humano.

O ÚLTIMO PUB (The Old Oak – Inglaterra/França/Bélgica 2023). Direção: Ken Loach. Elenco: Dave Turner, Ebla Mari, Col Tait, Claire Rodgerson, Debbie Honeywood, Reuben Bainbridge e Joe Armstrong. Duração: 113 minutos. Distribuição: Synapse Distribution.

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