Você conhece uma atriz chamada Norma Jeane Mortenson? A maioria dirá que não. Mas se eu perguntar sobre Marilyn Monroe, mesmo que nunca tenha visto um filme com ela, saberá de quem estou falando. Ela iniciou a carreira de atriz em 1947 e ao longo dos três anos seguintes participou de sete longas. Quase todos sem receber crédito algum. As coisas mudaram a partir de 1950. Foi neste ano que ela teve uma participação pequena, porém, marcante no papel de Angela, amante do advogado desonesto Emmerich (Louis Calhern) no filme noir O Segredo das Jóias, dirigido por John Huston. O roteiro, escrito por Huston e Ben Maddow, tem por base o romance de W. R. Burnett e conta a história de um assalto. No entanto, não espere um filme convencional. Para o diretor o que importa aqui não é o assalto em si, mas as consequências dele. Doc Riedenschneider (Sam Jaffe) acabou de sair da prisão e já planeja um roubo milionário. Ele reúne um grupo de amigos para o trabalho. Huston, pioneiro do noir americano, conhece muito bem as regras dessa variação do policial. Aqui, o que importa é o estudo de personagem que o diretor faz com brilhantismo. O Segredo das Jóias inspirou o filme Rififi, dirigido cinco anos depois na França, pelo americano Jules Dassin, além de outras três refilmagens inferiores.
O SEGREDO DAS JÓIAS (The Asphalt Jungle – EUA 1950). Direção: John Huston. Elenco: Sterling Hayden, Jean Hagen, James Whitmore, Sam Jaffe, John McIntire, Louis Calhern, Brad Bexter e Marilyn Monroe. Duração: 112 minutos. Distribuição: Versátil.
