O cineasta francês Luc Besson sempre conseguiu chamar a atenção. Autor de filmes bastante pessoais e de visual elaborado, ele costuma valorizar mais a imagem e o ambiente ao invés do texto. Foi assim com Subway, filme que lançou o franco-americano Christopher Lambert ao lado da bela Isabele Adjani. Depois veio o cultuado Imensidão Azul e o violento Nikita, que fez tanto sucesso que ganhou até uma versão americana batizada de A Assassina e também se transformou em séries de TV. Besson nunca se deu bem com seus colegas franceses e quando foi convidado para dirigir um policial na terra do Tio Sam, não pensou duas vezes. Com roteiro de sua autoria, assim, como os demais filmes que realizou, ele conta em O Profissional a história do matador Leon, interpretado por seu alter-ego, o ator francês Jean Reno. Ele tem cerca de 40 anos, mas, com idade mental de uns 15. Leon conhece Mathilda, uma garota de 12 anos, que tem sua família inteira assassinada por policiais corruptos. Ele a acolhe e promete vingança. A história, a princípio, parece banal e conhecida. Temos tiras envolvidos com o tráfico de drogas, uma família massacrada, um vingador errante. São elementos costumeiros do cinema policial americano. O que faz de O Profissional um filme diferente é a relação que se estabelece entre o matador e a garota órfã. O elenco é completado pelos sempre eficientes Gary Oldman e Danny Aiello. O primeiro faz o policial corrupto, o segundo é uma espécie de mafioso amigo de Leon. A estreante Natalie Portman, escolhida entre duas mil candidatas, interpreta Mathilda de maneira muito convincente, revelando já em seu primeiro trabalho, a grande atriz na qual se transformaria nos anos seguintes. Os críticos franceses torceram um pouco o nariz e disseram que o diretor havia se vendido para o sistema americano. Alheio às intrigas de seus conterrâneos, Besson continua até hoje contando suas histórias, não se importando muito com os lugares onde elas são produzidas.