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O PODEROSO CHEFÃO: PARTE II

Existem continuações e existe “a continuação”. O Poderoso Chefão: Parte II se enquadra naquela categoria especial, raríssima até, de sequências que superam o original. E olha que o original em questão é O Poderoso Chefão, uma obra-prima absoluta. O diretor Francis Ford Coppola, dois anos depois do primeiro filme, novamente junto com o escritor Mario Puzo, conseguiu uma proeza que muitos consideravam impossível: superar-se. A Parte II da saga da família Corleone é mais dramática, mais operística, mais trágica, mais shakespeareana, mais tudo… se comparada à Parte I. A narrativa do filme segue duas linhas temporais distintas. Acompanhamos a ascensão de Michael (Al Pacino) como líder da família, ao mesmo tempo em que é mostrado a chegada à América de seu futuro pai, o jovem Vito Corleone (Robert De Niro). O Poderoso Chefão: Parte II consegue contar muitas histórias em uma. Além dos Corleone, temos aqui um rico painel da história americana no século XX. Nenhum outro filme conseguiu traçar um mosaico tão diversificado e preciso da expansão capitalista dos Estados Unidos do que esta obra máxima da dupla Coppola-Puzo. Qualquer coisa que eu venha a escrever sobre o filme não fará jus à sua grandiosidade e importância dentro da história do cinema e cultura pop universal. A família Corleone faz parte de nosso imaginário coletivo. São quase como “parentes” nossos. Eu, por exemplo, sempre chamei dom Vito, e depois dom Michael, de “padrinho”. Afinal, não quero correr o risco de receber uma oferta que eu não terei como recusar. E, apesar de algumas escolhas e “mudanças” equivocadas feitas por George Lucas na saga Star Wars, ele terá meu perdão eterno pelo simples de fato de ter sido ele o cara que convenceu Coppola a aceitar o convite de Robert Evans e da Paramount para dirigir The Godfather. Duas curiosidades: O Poderoso Chefão: Parte II foi a primeira continuação a ganhar o Oscar de melhor filme (igual ao original). E a personagem de Vito Corleone foi a primeira a ser premiada duplamente com o Oscar de atuação (Marlon Brando, pela Parte I e Robert De Niro, pela Parte II). Além desses dois, o filme ganhou também os Oscar de Direção, Roteiro Adaptado e Trilha Sonora.
O PODEROSO CHEFÃO: PARTE II (The Godfather: Part II – EUA 1974). Direção: Francis Ford Coppola. Elenco: Al Pacino, Robert Duvall, Diane Keaton, Robert De Niro, John Cazale, Talia Shire, Lee Strasberg, Michael V. Gazzo, G.D. Spradlin e Richard Bright. Duração. 202 minutos. Distribuição: Paramount.

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Respostas de 7

  1. Em tempo: nem isso me faz perdoar o Lucas pela nova trilogia ou pela “cirurgia plástica” promovida na trilogia clássica.
    Não que ele precise do meu perdão prá qualquer coisa, né?

  2. A minha opinião sobre The Godfather é muito resistente: não é mérito do Coppola o filme ser alguma coisa na sua época, nem nos dias de hoje.
    Eu diria que é “apesar dele”.
    O mérito todo é de Robert Evans e da Paramount, que sabiam “fabricar” clássicos. Desde a encomenda para Mario Puzo escrever o livro, até a escolha do elenco e da equipe técnica.
    É duro para mim, como diretor e roteirista, reconhecer o bom valor de um produtor, que normalmente tem uma visão mais curta. Mas eu sigo em reverência a Evans, Selznick e Thalberg, antigamente, e Joel Silver, nos dias de hoje, que são profissionais que merecem mérito sobre a qualidade e o sucesso de muitas obras que acabaram se envolvendo, mesmo artisticamente.
    Afinal, sem querer gerar – mais – polêmica, não é a arte que empurra o mundo, mas o dinheiro, claro.
    A arte faz o mundo parar e ficar admirando obras-primas como a saga dos Corleone, não como as dos Skywalker.

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