A diretora Monique Gardenberg realizou trabalhos no teatro e começou no cinema dirigindo curtas. Nascida e criada em Salvador – Bahia, ela se mudou para o Rio de Janeiro onde iniciou um curso de Economia. Na Universidade, sua veia artística se revelou através de sua atuação cuidando das ações culturais do Centro Acadêmico. Ao longo da segunda metade dos anos 1970 até meados dos anos 1980, ela trabalhou com teatro e dirigiu alguns curtas. Ó Paí, Ó é baseado em uma peça escrita por Márcio Meirelles e encenada por atores do Bando de Teatro Olodum. Foi o terceiro longa dirigido por Monique e o primeiro em que ela dialoga com sua herança baiana. Tudo acontece em um cortiço localizado na região do Pelourinho, no centro de Salvador. Lá vivem muitas pessoas, cada uma delas com seus problemas e sonhos. O lugar é administrado com mão de ferro pela síndica do prédio. A quantidade de personagens é muito grande, mas isso não complica em nada a narrativa. Ninguém rouba a cena de ninguém e todos têm seu momento. As personalidades deles são bem definidas e irresistivelmente bem defendidas por seus intérpretes. Ó Paí, Ó exala baianidade e, portanto, muita brasilidade. O filme tem ritmo e ginga. Prova que é possível fazer um cinema regional de caráter universal. Se você quiser mais, existe também uma série de TV com duas temporadas.
Ó PAÍ, Ó (Brasil 2007). Direção: Monique Gardenberg. Elenco: Lázaro Ramos, Wagner Moura, Dira Paes, Stênio Garcia, Luciana Souza, Érico Brás, Valdinéia Soriano, Lyu Arisson, Cássia Vale, Tânia Tôko, Emanuelle Araújo, Auristela Sá e Rejane Maia. Duração: 98 minutos. Distribuição: Europa.
Uma resposta
Nao canso de assistir… e quando quero matar a saudade do ritmo baiano, vejo no YouTobe o clip da Música no bar da Neuzão, sem falar de Lázaro Ramos cantando “Vem Meu Amor”… Vixe Maria…