O Brasil é realmente espetacular no que diz respeito a produtos audiovisuais. Poucos países possuem uma diversidade tão grande e tantos polos de produção cinematográfica. Além do eixo maior, representado por Rio de Janeiro e São Paulo, existem núcleos ativos no Ceará, no Distrito Federal, na Bahia, no Rio Grande do Sul, em Pernambuco, no Paraná e em Minas Gerais, de onde vem este O Menino no Espelho. Longa de estreia de Guilherme Fiúza Zenha, que antes havia realizado um curta-metragem e um dos segmentos de 5 Frações de Uma Quase História, trata-se de um primeiro filme com ar de veterano. Baseado no livro de Fernando Sabino, que relembra sua infância em Belo Horizonte, o roteiro foi adaptado pelo próprio diretor, junto com Cristiano Abud e André Carreira. O menino Fernando (Lino Facioli) vive uma série de aventuras fantásticas. Ele aprendeu a voar, ensinou o “bê a bá” a uma galinha e até fez uma visita ao Sítio do Pica-Pau Amarelo. Tudo começa na frente do espelho, onde seu reflexo e alterego Odnanref toma forma e torna-se seu grande amigo e parceiro neste mundo cheio de imaginação e simplicidade. Com muita criatividade e sem agredir a inteligência do espectador, O Menino no Espelho prova que é possível fazer um filme infantil sem parecer “infantilóide”. E neste quesito em particular, os mineiros são fabulosos, vide os trabalhos do pioneiro Helvécio Ratton, que realizou os belíssimos A Dança dos Bonecos e Menino Maluquinho – O Filme.